domingo, 29 de dezembro de 2019

Talvez neste próximo ano
Te devas confrontar com o que não expurgaste
De estranho ou impuro de silencioso ou de mistérios
E tudo se acumulando vem como névoa de dissabores
Inverdades incompletos puzzles caminhos a lugar nenhum
Em que todos fingem ser venturosos
Esquecidos do que há muito se imolou e sepultou
Como deuses aniquiladores da História e do Amor
E a maldição tem tradição impiedosa
Somente poupa anjos e vítimas (só os homens não)
Parece que por muito que se olhe ao espelho não se o trespassa
Até que reflicta por milagre de lucidez
Por um só instante que seja
E assim surja a majestosa e sábia Consciência
E ilumine a essência e faça entender aquele Olhar
E nege toda a patranha esquemas egoísmo dissimulações desamor
Sim desamor
Para que haja um recomeço um simples espelho ajuda.
Reflecte o contrário
Reflectimos o contrário ( o avesso é bem diferente da imagem que queremos dar - não vos iludis)
Para que haja um recomeço é preciso coragem.
E limpar as insignificâncias que antes cresceram monstros por solidão falta de diálogo aceitação ou por influência da matriarca
As feridas por flagelações culpa credos e medos e pela desonra e as línguas afiadas e pelos soberbos os complexados
Para que haja um recomeço é urgente aceitar a realidade, e um presente que esteja presente
Aceitar-se
E libertarmo-nos de como pensávamos
De acordo com o tempo em que estávamos
Quando o erro se deu.
( seguidos pelos olhos do senhor prior)
O futuro é risonho e quer-se tolerante
Basta retribuir-lhe um sorriso sincero
Ficarei à espera, apesar de já não ter muito tempo

Talvez neste próximo ano Te devas confrontar com o que não expurgaste De estranho ou impuro de silencioso ou de mistérios E tudo se acum...