segunda-feira, 17 de julho de 2017

Podes saber deveras
Mas nunca preverás que chegue
Enquanto bravateares 
E nada conceberes ouvir
Porque essa avidez jamais assentirá
Do que ainda há para ser dilucidado
Não possibilites às frustrações
Que te cerrem e obstruam a lucidez para com os vivos
E não digas dos outros
O que imperfeitamente de ti resulta
É obsceno como olhas para o teu inimigo
(o infesto habita adicto em ti)
E cobiças a coroa que supuseste nele
A que se ajustaria com esmero no cimo de teu poderio
Ainda crês na tua proficiência
Quando sempre maior foi a pretensão
Do que assistir
Insciente de te deixares temonar
Por aquele que mereceu e lidera o mar
Há por aí maliciosas vozes
Maliciosas
Palavras maliciosas
Maliciosamente cuspidas
No âmago de quem acoitou
Em que a discórdia não age de testa à vontade
Fazem timbrar-se nos escombros obscuros
Da cegueira dos puros
É claro
Está iminente minar as certezas construídas
Engendrar o apavoramento
Cursar maledicência
Exclamar vãos prometimentos
Vozes de quem nada inda demonstrou
E no desnorteio do que se possa forjar para engodar
Para que se venha a auferir o assento e a urbe
E o domínio
E imperar
Com demais sobrantes
Os desempregados deste maquiavelismo pacóvio
Como se fosse a intelecção à verdade vencesse
E os que chefiam não fossem homens cônscios e de querer
Há por aí maliciosas vozes
Maliciosas
Palavras maliciosas
Maliciosamente
Ambiciosas

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