segunda-feira, 17 de julho de 2017

Construí durante uma eternidade
Uma grande casa
Sobre os alicerces de uma outra
Que se perdeu de existência
De segurança
Onde nasci
E acabou também esta
Inesperadamente por ruir
Depois construí outra
Dentro de mim
E senti angustia de solidão
Por não ter o hábito
De estar a sós comigo
E por ter de suportar tudo
Com responsabilidade
Definitivamente resolvi sair
Da minha aldeia
E habitar-me sempre livre
Para onde fosse.
Percebi que por muito que vivesse
Não conseguiria percorrer
Todos os lugares da Terra
Mas que isso não seria nem importante
Nem motivo de receio e de frustração
E nem alteraria por alguma vez o percurso
A que me propus inicialmente a cumprir.
Conhecendo bem a minha casa
E o que sou
Bastar-me-á
Para me sentir o mundo
Um dia voltarei à minha aldeia
Se tiver tempo
Para lá morrer

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