domingo, 20 de agosto de 2017

Envolto por uma nuvem
de cor-sossego,
num céu carregado de anil,
raiado de violeta,
como feto dentro de mater útero,
luto instintivamente
em desespero,
para sobreviver
sem dor ao parto.

(Re)nasço, enfim,
sete luas antes do desígnio,
depois de uma gestação
de três infindáveis Invernos
e de quatro não chilreadas Primaveras.
Ainda não sei se (re)nasci
ou se as são memórias,
antes de ter morrido.
Pouso na suavidade do berço
as cansadas emoções
sem saudade
nem lembranças.
Quero olhar o firmamento
e perder-me a contar estrelas,
mas de pé, seguro pela Terra.

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