segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Quero libertar-me
das crostas empedernidas
e curar-me das chagas 
que teimam em não cicatrizar;
envoltas de pus,
infectadas de raiva...

Quero ter na vontade
o segredo da cura,
a percepção do tempo da dor,
e resistir à constante comichão,
para que não volte a sangrar,
pôr o dedo na ferida,
num escarafunchar de confronto
com mágoas.

Quero uma pele limpa de cicatrizes,
sem vincos de receios mal dormidos,
nem rugas, de tristezas guardadas
e muito menos golpes que me trespassem a alma...

Quero que seja o espelho que me mire.
Olhá-lo?!
Não me pretendo mais magoar.

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