domingo, 3 de setembro de 2017

Olhar é muito.
Gosto de procurar o infinito
quando os meus olhos se perdem nos teus
e viajo ao pensamento da mais profunda abstração,
onde mora o entendimento que não sabemos coligir.
E abro-me num sorrio de prazer de deuses,
pelo oceano onde me levas como ninfa ou sereia,
e cerras timidamente as pálpebras, quebrando de mim teu belo ver.
Deixas sumir-me em anseio, sem saber mais, sem te ser mais,
e agarro a tua mão, e dás-me a mão,
e não há mais espaço que nos desagregue.
E o beijo de todos os que se amam arde além-lábios, em nós,
e não há mais forma para tanto sentir, não há razão que nos desenlace,
Viole a liberdade de descobrir amar.
Olhar é muito.
Nunca deixes de olhar para o amor que te sente,
para que sintas sempre amor no olhar.
Não deixes que nada nos impeça a este olhar.

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