domingo, 20 de agosto de 2017

Muitos me olham
e poucos me vêem.
Outros já não me (re)conhecem.
Uns quantos se esqueceram da minha existência.
Eu também me resguardei demais,
como se o frio do Inverno me fosse fatídico
e houvesse porta sem fechadura,
para que da casa de mim nunca saísse.

Mas já faltam poucos dias,
para que o Sol se cruze em outro desígnio
e se eleve no céu como Primavera da promessa
e me nasça um tapete de lírios brancos
e flutue eu no seu benigno aroma
e haja um abóbada anilada,
para todos os voos de chilreados cânticos
e muito amor para quem vier a habitar o próximo jardim.
Que seja veste o tempo ameno
e que a humanidade nunca mais se faça noite
e haja sempre luz para o sofrimento
e me construa eu nuvem sem qualquer vento
e evapore no coração de toda a arte do ser
e sintam como se fosse a borboleta que anuncia o renascimento,
que se exclama da Mãe-Terra,
a que existe no centro do Universo.

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