domingo, 20 de agosto de 2017

Morreu, um dias destes,
sem se saber ao certo quando e onde,
de desgosto de portugalidade,
um poeta incógnito,
que muito amara a terra
que lhe servira de berço
e a gente que com ele crescera
e todos eram esperança e força
e Uno.
O poeta não aguentou mais sentir
feder a pobreza,
não haver já, mais heróis,
nem fazedores de sonhos,
as sortes só de alguns,
que outros muito esmagavam...
O Espírito estava demasiado contaminado
para que conseguisse dignamente exaltá-Lo,
e ser ouvido principalmente pelos agrilhoados.
E as palavras sucumbiram,
a voz da Alma se desvanecia
e por fim com os últimos versos confusos, mas afiados, que escrevera,
cortou os pulsos, para que lhe faltasse sangue e parasse o coração.
Enquanto se perdia do corpo
se despediu escrevendo
Morram os traidores, para que se salve Portugal.

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