terça-feira, 29 de agosto de 2017

Se te esquecesses de todos os olhares
e apenas me visses,
não numa imagem que de mim se possa fazer a qualquer contemplação,
mas simplesmente como me dou diante de ti,
na autenticidade da luz que atente,
talvez te descobrisses num ver diferente,
e escassamente fosses o olhar que procuras na paisagem,
onde tudo se confunde, pelas semelhanças que nada proferem.

Se fosses quem és,
no que em ti visses,
jamais temerias a Sombra
que sempre te acossa
e avistarias mais azuis
acima de minha silhueta,
onde apenas ressoam pássaros
recriando para nós nuvens,
em sublimados céus.
Livre sois de ver o amor
que nos habita, quando cruzamos
por entre disfarces, o cerne da alma.
Olha-me com a atenção que merecemos.

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